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Clínica | Aprender línguas, o fitness do cérebro!

05/06/2014

Resistência, agilidade, equilíbrio, velocidade, boa forma etc. são termos relacionados ao corpo, porém também podemos estender esses atributos ao nosso cérebro através da aprendizagem de línguas.

Para muitos cientistas e estudiosos da neuroaprendizagem ainda há muito para se entender sobre como a aquisição de outro idioma influencia a atividade cerebral. Em estudos realizados na Espanha, Suécia e Canadá com adultos que decidiram aprender uma segunda língua, foi possível demonstrar que entre o cérebro do monolíngue e de quem é bilíngue há diferenças em nível fisiológico e funcional. Falar um segundo idioma permite que se ativem diversas áreas neuronais no cérebro, o que favorece o aumento da massa branca e da massa cinzenta, que na prática se traduz em pessoas mais flexíveis, com melhor capacidade de atenção, concentração e agilidade.

O bilinguismo contribui ao aumento da reserva cognitiva; essa reserva está relacionada com uma vida rica em termos acadêmicos, culturais, atividades lúdicas, prática de esportes etc. que o indivíduo vai adquirindo e realizando ao longo da vida. Esse aumento diminui o risco de desenvolver Alzheimer.

Uma das características dessa doença é a perda da linguagem, como o próprio Alois Alzheimer, psiquiatra e neurologista alemão, constatou. Segundo especialistas, o deterioro acontece em três fases, a primeira, considerada leve, relacionada à dificuldade de lembrar os nomes de objetos, pessoas etc. que são familiares; a segunda está relaciona com a dificuldade na comunicação e incoerência na linguagem e a ultima fase é a perda total da capacidade verbal, e até a linguagem não verbal (gestos) fica totalmente comprometida. No caso dos bilíngues, a pessoa perde o idioma mais recente, depois o idioma de origem, assim alguém que aprendeu o Português como segunda língua e tem o Italiano como língua materna, perderá primeiramente o português e somente depois o italiano.

Uma pesquisa recente da psicóloga canadense Ellen Bialystok, realizada com aproximadamente 200 pessoas (monolíngues e bilíngues) com o mesmo grau de Alzheimer, mostrou os benefícios de ser bilíngue. A pesquisa revelou que os pacientes bilíngues foram diagnosticados 4 anos depois que os pacientes monolíngues, concluindo assim, que o fato de falar uma outra língua, protege o cérebro inclusive quando a doença começa a atacar a função cognitiva do indivíduo.

É comum pensar que a aquisição de uma segunda língua deva realizar-se quando jovem, porém, os benefícios do bilinguismo se estendem a todos. Nunca é tarde para embarcar na aprendizagem de outra língua e descobrir outro maravilhoso universo cultural que só pode nos enriquecer e beneficiar e é claro, contamos com a ajuda da neurociência que nos permite entender mais sobre a função cognitiva da linguagem.

Se você deseja saber um pouco mais sobre a neurociência e a linguagem, indicamos os seguintes materiais para consulta:

http://brainglot.upf.edu/index.php?lang=sp
http://www.neurology.org/content/75/19/1726.short?sid=8c55619f-10f1-4d3b-872f-bb7b30b79b1a
http://www.youtube.com/watch?v=3hbcJzDmPr4

Leysester Miró
Diretor da Verbum Idiomas.
http://www.vidiomas.com.br/ | leysester@gmail.com



 
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