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MARIANNA | A menina e o vento

06/06/2010

Muitas são as lembranças... que dançam em minha memória, dos tempos de infância...
daqueles tempos de tantas histórias.

Lembro daqueles dias...
Nós já éramos 4 quando ela nasceu. Uma menina miudinha...e loirinha, muito delicada desde sempre, que foi para nós um grande encantamento.

Ela era a nossa pequena irmãzinha!
Era mais uma menina! Agora seriamos 3 meninas!
Ela era a terceira mas, na verdade, acabou sendo a primeira das 3 últimas meninas de casa.

Naqueles tempos, já éramos uma família grande. Estávamos em 1956-7.
As crianças, entrosadas, participavam das lidas da casa.
Nos finais de semana, o Silvio gostava de fazer faxina na casa.
Ainda lembro-me do esfregão... dos baldes d’água... lavando o chão...tirando tudo da casa para tomar sol, para só, à tarde ...com tudo seco... encerar e lustrar o chão e colocar os móveis no lugar.
A casa era assim... um lugar de grandes brincadeiras..no final de semana. Ela substituía o quintal de mil descobertas e encantamentos dos dias de semana.

Neste tempo morávamos na casa da França Junior.
A casa ficava no alto... em uma rua de poucas construções... de frente a um grande terreno “baldio”. Pode ser que seja por isso que tivesse tanto vento.
Era um vento muito forte!
Existem muitas histórias relacionas a esse vento, que abraçava a casa por todos os lados..., que atravessava a casa, se as portas e janelas ficassem abertas.

Lembro-me de um daqueles domingos com a casa desmontada... as janelas e portas abertas.
Quando nos demos conta...da nossa pequena, que começava a andar.
Ela vinha de dentro da casa... com seus passinhos ainda incertos ... tentando abrir a porta da cozinha e a porta de tela...

Eu estava no quintal ensolarado quando me virei e vi a cena... e vi o vento.
Corri pedindo que ela não se afastasse da porta... com medo que o vento pudesse levá-la.
É assim que me lembro...como todos nós ficamos preocupados com a pequena... porque, para nós, ela era muito pequena... tão pequena que, se não cuidássemos, o vento podia levá-la.

Assim foi que, em nosso imaginário, surgiu a figura da “menina que o vento pode levar”...
Uma historia que fala de uma família e de suas histórias em busca de sentido e significado... em busca de consciência e de identidade.
Afinal, o que é uma família? Como ela se forma?
Como as mães trazem seus filhos à luz... à vida, e como, no desenrolar imperceptível do dia-a-dia vai-se construindo a existência ... que deve vir a constituir uma alma ?
Ah! Quantas histórias!!!
Quanto há a ser dito sobre as mães, que fica, assim, tão escondido!!!

Suely Laitano Nassif



 
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